quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A alegria por pertencer a Igreja

                 Estamos chegando ao final de mais um ano de atividades em nossa Paróquia Santa Marta. É momento propício para fazermos uma retrospectiva de nossas atividades pastorais e nossa pertença à Igreja. Quantas realidades bonitas vivenciadas em 2014. Quantas coisas devemos melhorar em 2015. Contudo, nessas primeiras linhas, vamos entender melhor o que é “pertencer” à Igreja, uma paróquia, uma comunidade e crescer nessa dimensão em vista da construção do Reino.
Para início de conversa todo ser humano nasce numa comunidade, num grupo, numa tradição. Porém nem sempre o está numa realidade significa pertencer a tal realidade. Aqui cabe uma pergunta: “Eu pertenço à minha Igreja ou apenas dela participo?” Participar é o está na Igreja. Pertencer é ter consciência que sou Igreja. A dimensão do pertencer vai além do participar. Percebemos que muitos paroquianos participam de comunidades, pastorais, movimentos, grupos, mas não se sentem pertencentes a tais grupos ou à Igreja. A pertença é uma postura, uma atitude, uma força, um sentimento que faz com que o leigo assuma a atividade, a comunidade, à Igreja. Não será um fracasso da comunidade que irá desmotivá-lo e nem estará a ela ligado pelo fato de ter sucesso. Muitos deixam a caminhada da Igreja Católica pelo fato de só participarem e olhe lá. Outras ainda continuam, mas não se sentem Igreja. Não vivem o sentido de pertença. Pois pertença seria mesmo assumir a caminhada, a história da Igreja, da comunidade com tudo o que isso implica em positividade e negatividade.
Caros irmãos e irmãs, repito, a pertença é uma atitude, uma postura que o cristão adquiriu e solidificou e que implica a participação livre e generosa. Por isso não é difícil em qualquer grupo, trabalho pastoral, Igreja, perceber quando uma pessoa age movida por sentimento de pertença, ou de mera participação e convenção. Quem apenas participa desiste a qualquer momento, não tem a comunidade/Igreja como prioridade, sua participação é eventual, não tem persistência e a própria comunidade não pode contar com ela. Esses são os que ficam mudando de religião. Ao passo que o cristão vivendo o sentido de pertença é disponível, sabe se sacrificar pela comunidade e continua firme nela.
Poderíamos até dizer que quem apenas participa da Igreja tem a concepção do dízimo como uma forma de pagamento. Pensa que está comprando algo. Pagando pelos sacramentos. E lá de vez enquando se faz presente na Igreja. Quem vive o sentido de pertença devolve o dízimo como forma de gratidão, reconhecimento a Deus e por isso sente-se responsável pela comunidade. Sente-se Igreja. Reconhece que sua pertença à comunidade decorre do seu batismo.
Queridos, aqueles que apenas participam da Igreja, no dizer do Papa Francisco: “esses tem um pé fora da Igreja”. A Igreja para eles não é a casa própria, estão apenas de aluguel. Eles não compartilham o sentir próprio da Igreja. São aqueles que “se dizem cristãos, mas não entram no coração da Igreja”. São aqueles que “procuram as vantagens”, que vão à Igreja, mas por vantagem pessoal. Eles não sentem a Igreja como mãe, como própria. Destaco: a Igreja não é uma “casa para se alugar”, mas “uma casa para se viver”, “como mãe própria”.
Parabenizo todos os que em 2014 sentiram-se pertencentes à Igreja. Àqueles que só participaram, sempre há tempo, que possam crescer no processo de amadurecimento da consciência e do compromisso de pertencer à comunidade católica.
A todos os paroquianos de boa vontade expresso o meu sentimento de muito obrigado pelo ano de atividades e fé. Tenhamos todos um Santo e Feliz NATAL. Que o Menino Deus possa nascer em nosso coração. E que em 2015, a força do Emanuel, Deus conosco, possa fortalecer a consciência de pertença, de gratidão a Deus e de corresponsabilidade para acontecer a comunhão e a partilha necessárias para a sustentação das atividades pastorais e sociais no serviço da evangelização de nossa Paróquia Santa Marta. E não tenhamos dúvidas: quanto mais fortalecermos em nós o sentido de pertença à Igreja, muito mais poderemos contribuir na construção do Reino de Deus.

Padre Zenildo Rosa

Pároco

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