Estamos chegando ao final de mais um ano de atividades em nossa Paróquia Santa Marta. É momento propício para fazermos uma retrospectiva de nossas atividades pastorais e nossa pertença à Igreja. Quantas realidades bonitas vivenciadas em 2014. Quantas coisas devemos melhorar em 2015. Contudo, nessas primeiras linhas, vamos entender melhor o que é “pertencer” à Igreja, uma paróquia, uma comunidade e crescer nessa dimensão em vista da construção do Reino.
Para início de conversa todo ser humano nasce
numa comunidade, num grupo, numa tradição. Porém nem sempre o está numa
realidade significa pertencer a tal realidade. Aqui cabe uma pergunta: “Eu pertenço à minha Igreja ou apenas dela
participo?” Participar é o está na Igreja. Pertencer é ter
consciência que sou Igreja. A dimensão do pertencer vai além do participar.
Percebemos que muitos paroquianos participam de comunidades, pastorais,
movimentos, grupos, mas não se sentem pertencentes a tais grupos ou à Igreja. A
pertença é uma postura, uma atitude, uma força, um sentimento que faz com que o
leigo assuma a atividade, a comunidade, à Igreja. Não será um fracasso da
comunidade que irá desmotivá-lo e nem estará a ela ligado pelo fato de ter
sucesso. Muitos deixam a caminhada da Igreja Católica pelo fato de só participarem
e olhe lá. Outras ainda continuam, mas não se sentem Igreja. Não vivem o
sentido de pertença. Pois pertença seria mesmo assumir a caminhada, a história
da Igreja, da comunidade com tudo o que isso implica em positividade e
negatividade.
Caros irmãos e irmãs, repito, a pertença é
uma atitude, uma postura que o cristão adquiriu e solidificou e que implica a
participação livre e generosa. Por isso não é difícil em qualquer grupo,
trabalho pastoral, Igreja, perceber quando uma pessoa age movida por sentimento
de pertença, ou de mera participação e convenção. Quem apenas participa desiste
a qualquer momento, não tem a comunidade/Igreja como prioridade, sua
participação é eventual, não tem persistência e a própria comunidade não pode
contar com ela. Esses são os que ficam mudando de religião. Ao passo que o
cristão vivendo o sentido de pertença é disponível, sabe se sacrificar pela
comunidade e continua firme nela.
Poderíamos até dizer que quem apenas
participa da Igreja tem a concepção do dízimo como uma forma de pagamento.
Pensa que está comprando algo. Pagando pelos sacramentos. E lá de vez enquando
se faz presente na Igreja. Quem vive o sentido de pertença devolve o dízimo
como forma de gratidão, reconhecimento a Deus e por isso sente-se responsável pela
comunidade. Sente-se Igreja. Reconhece que sua pertença à comunidade decorre do
seu batismo.
Queridos, aqueles que apenas participam da
Igreja, no dizer do Papa Francisco: “esses tem um pé fora da Igreja”. A Igreja
para eles não é a casa própria, estão apenas de aluguel. Eles não compartilham
o sentir próprio da Igreja. São aqueles que “se dizem cristãos, mas não entram
no coração da Igreja”. São aqueles que “procuram as vantagens”, que vão à
Igreja, mas por vantagem pessoal. Eles não sentem a Igreja como mãe, como
própria. Destaco: a Igreja não é uma
“casa para se alugar”, mas “uma casa para se viver”, “como mãe própria”.
Parabenizo todos os que em 2014 sentiram-se
pertencentes à Igreja. Àqueles que só participaram, sempre há tempo, que possam
crescer no processo de amadurecimento da consciência e do compromisso de
pertencer à comunidade católica.
A todos os paroquianos de boa vontade
expresso o meu sentimento de muito obrigado pelo ano de atividades e fé.
Tenhamos todos um Santo e Feliz NATAL. Que o Menino Deus possa nascer em nosso
coração. E que em 2015, a força do Emanuel, Deus conosco, possa fortalecer a consciência de pertença, de gratidão a Deus e de
corresponsabilidade para acontecer a comunhão e a partilha necessárias para a
sustentação das atividades pastorais e sociais no serviço da evangelização de
nossa Paróquia Santa Marta. E não tenhamos dúvidas: quanto mais fortalecermos
em nós o sentido de pertença à Igreja, muito mais poderemos contribuir na
construção do Reino de Deus.
Padre Zenildo Rosa
Pároco
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